Yara Tupynambá
Pigmento sob Papel
66 x 48 cm 
ACD - 2016
 
Acompanha:
Certificado de Impressão e Autenticidade assinado pela Artista e Impressor
Certificado de Procedência emitido pela J&J ArtGallery
 
O Pierrot, figura melancólica e eternamente apaixonada da Commedia dell'arte, surge na gravura de Yara Tupynambá como um arquétipo de sensibilidade e introspecção. Originalmente retratado com trajes brancos amplos e um chapéu cônico, simboliza a vulnerabilidade, o amor não correspondido e a solidão. Na obra de Yara, sua indumentária, embora reinterpretada com losangos em tons de azul, rosa e preto, e um chapéu mais solene, mantém essa essência. Os olhos azuis visíveis, o olhar triste e a sutil mancha escura na bochecha — possivelmente uma lágrima — desvelam uma emoção profunda, distinguindo-o claramente do dinamismo de Arlequim, cuja máscara tradicional oculta a expressividade que Pierrot revela em seu rosto exposto.
Yara Tupynambá, ao retratar este Pierrot de forma tão pungente, utiliza sua linguagem artística de forte caráter figurativo e expressivo para aprofundar-se na condição humana. A delicadeza com que a personagem segura uma flor rosada evoca sua fragilidade, enquanto o fundo etéreo reforça a solidão implícita. Mesmo sendo uma figura de origem europeia, a interpretação da Artista se alinha à sua obra maior, que frequentemente explora arquétipos e emoções universais, ressoando com a capacidade da arte brasileira de absorver e reinterpretar temas globais, conferindo-lhes novas camadas de significado e uma beleza singular na representação da tristeza e da humanidade.